A Social-democracia sempre buscou se afirmar como representante dos trabalhadores e defensora dos interesses do proletariado. No entanto, rapidamente, alguns militantes perceberam, ainda no seu berço de nascimento, que isso era falso. Logo, se percebeu que os partidos social-democratas eram dominados por uma "pequena-burguesia" e depois, a partir da obra de Robert Michels, Sociologia dos Partidos Políticos, que tais partidos (e os demais) são criadores de "novas camadas burocráticas", o que, no fundo, quer dizer nova fração da burocracia, a burocracia partidária. Esta, uma vez existindo, passa a ter interesses próprios e estes entram em contradição com os interesses do proletariado. Por isso, como colocou Otto Rühle, "A Revolução não é tarefa de Partido", os partidos políticos não são meios de libertação dos trabalhadores e sim meios de corrupção das lutas, aparelhamento de movimentos sociais, ascensão social para determinados indivíduos, campo de competição por poder e dinheiro. Os partidos políticos devem ser abolidos e sem seu lugar deve surgir uma nova sociedade fundada na autogestão social, sem qualquer forma de burocracia. Antes de ocorrer essa ampla transformação social, organizações autárquicas (não-burocráticas) devem ser formadas e contribuir com a luta pela emancipação humana.
